25 anos, natural de Campina Grande-PB, sempre residiu em
Queimadas-PB, atualmente na zona rural. Graduada no Curso de Letras/Espanhol pela
Universidade Estadual da Paraíba (2015). Titular do Projeto Monitoria Virtual - UEPB. Foi
monitora da Disciplina de Língua Espanhola I (2013) e membro do Grupo de Pesquisa
Formação Docente em LE cadastrado junto ao Diretório de Grupos do CNPq – UEPB
(estudante). Musicista: violão (2001), guitarra (2005), teclado (2015). Violino pela EMAD
(2007-2011). Artesã miniaturista autodidata, desde novembro de 2013 desenvolve
miniaturas, incluindo em suas criações instrumentos musicais, antiguidades,
desenhos/quadros, esculturas em grafite (ponta de lápis) e grafia em casca de ovo.
Valorizando a sustentabilidade, utiliza materiais recicláveis para desenvolver suas “Mini
obras de arte”. Em 2014, pelo Clube de Autores, publicou o livro Alzheimer é como ser
mãe, não vem com manual: eu, minha mãe e o nascimento de Baby (1º edição) 115p.,
nas versões impressa e e-book. Sua última obra foi uma piscina sobreposta, em forma
de piano de cauda, feita em tijolo, concreto e cerâmica, medindo 4mx5m e 1m de altura.
Obra esta, que a fez representar a Paraíba em nível nacional através da maior TV aberta
do país. Recentemente fez exposição de suas miniaturas no Cine teatro São José,
durante o curso de verão em Campina Grande.
Por que a escolha desse tema [violência]?
Em entrevista a autora afirmou que além de ser um tema delicado, ela, como foi dito,
sempre viveu em Queimadas, cidade que tomou destaque pela barbárie do estupro
coletivo, além de outros crimes que infelizmente aconteceram. “Segundo, tenho o
costume de ligar a tv todos os dias pela manhã para ouvir os jornais enquanto me
preparo para ir trabalhar. Quase todas as vezes tenho ouvido sobre crimes e mais crimes
contra mulheres: mães, dona de casa, executivas, crianças, jovens, artistas,
militantes...enfim, é um tema que é tão real, tão sequencial que a sociedade acaba não
se surpreendendo mais. Isso é ruim, a sociedade não pode tratar o que acontece todos
os dias como uma mera rotina, não, rotina é acordar todos os dias e ligar a tv, é todas
as manhãs revisar relatórios, é fazer almoço, é almoçar no mesmo horário, ou ouvir a
mesma música. Crime é crime, violência continua sendo violência e as vítimas são várias.
Temos que bater na mesma tecla sim, temos que lutar, temos que gritar, temos que
reagir, não importa a forma. Muitas pessoas vão para a rua, outras denunciam ao 180,
Algumas pintam uma faixa, ou usam da oratória, escrevem uma música, gritam, cada
qual usa seu dom, suas habilidades para a lutar. Eu escrevo, faço arte. Foi minha forma
de contribuir nessa luta.” Disse a autora
TRECHOS:
“Homi, deixe de ser grosso
E Aprenda a falar
Grosseria tem limite
Mulher não é pra brincar
Pra defesa tem até estatuto
A mulher não é um produto
Que você pode comprar”
“A vítima é mãe, é filha
É prostituta, É humana,
É pobre é rica
É doutora, é criança
Não queira botar a culpa
Na agredida como desculpa
A Lei não é insana”
“Na internet e nos jornais
Em tudo quanto é canto noticia
Vire-mexe sai como destaque
Mais uma vítima, anuncia
O cabra viril e forte
Sem temer nem mesmo a morte
Viola, espanca e mata uma guria”
TRECHOS:
[...]
“Mas a vida refleti que eu tenho muito valor
Lembrei que minha Vó dizia
Menininha, em mulher
Não se bate nem com uma flor
Tomei coragem, acordei
Não vou viver de um falso amor
A menininha aprendeu...
Em mulher não se bate nem com uma flor.”
Jéssica Morgan
E.D.A